APESAR DA CRISE, SEBRAE ATENDE MAIS DE 160 MIL EMPRESAS EM 2015

Salvador - Crise. Essa foi uma das palavras mais repetidas dentro do cenário econômico em 2015. Apesar disso, o otimismo e a vontade de superar as dificuldades falaram mais alto no ambiente empresarial baiano. É o que mostram os dados apresentados pelo Sebrae Bahia na manhã desta quinta-feira, dia 17, em coletiva de imprensa realizada na sede da instituição, em Salvador. No evento, o superintendente Adhvan Furtado e o diretor de atendimento Franklin Santos apresentaram números que apontam que os pequenos negócios no estado tiveram um crescimento de 9%, entre dezembro de 2014 e novembro de 2015, passando de 577.917 para 632.783. Até o final de novembro deste ano, mesmo com um ano desfavorável economicamente, foram constituídos 54.866 novos negócios na Bahia.

A apresentação mostrou que a retração econômica de 2015 tornou o Sebrae ainda mais importante para os empreendedores baianos. Durante o ano, a instituição já atendeu a 166.262 empresas, o que representa que um a cada quatro pequenos negócios do estado foi atendido pelo Sebrae. “Os empresários da Bahia foram abastecidos com diversas possibilidades de capacitações e qualificações desenvolvidas para adequá-los e prepará-los para esse cenário atual do país, com informações e soluções, e estimulados a empreender com responsabilidade e competitividade”, destacou o superintendente do Sebrae Bahia, Adhvan Furtado. “A expectativa é que a gente tenha a micro e pequena empresa como um importante motor para o país sair da crise”.


Justamente com o intuito de enfrentar a recessão econômica e tornar o cenário mais atrativo aos empreendedores, o Sebrae promoveu, em 2015, o Movimento Compre do Pequeno. A Bahia obteve o melhor resultado entre todas as unidades da federação, com 5 milhões de baianos comprando de pequenos negócios, no dia 5 de outubro, data oficial da mobilização. Ainda nessa linha, foram realizados mais de 60 eventos, com 11 mil participantes, durante a Semana de Capacitação Empresarial, que aconteceu em Salvador e em diversos municípios do interior, no mês de setembro.

Previsões e novidades para 2016


Para 2016, a entidade anunciou uma novidade que deve facilitar o acesso dos empreendedores ao conteúdo do Sebrae: a oferta de orientações e consultorias a distância. “Queremos que a informação de qualidade para o empresário também esteja disponível facilmente na Internet”, explicou Adhvan. Em fase de testes em novembro e dezembro, as consultorias online, realizadas por videoconferência, tiveram aceitação de 96% dos clientes. A previsão é de que o serviço já esteja disponível para os empreendedores baianos após o Carnaval, quando um novo site do Sebrae Bahia será lançado. É um serviço cômodo, que resolve o problema do cliente, dando instrumentos que ensinam a ele o que fazer e como fazer”, avaliou o diretor de atendimento Franklin Santos.


A entidade também apontou os setores estratégicos para 2016. No agronegócio, o Sebrae Bahia destaca a agricultura, o café, o chocolate, a caprinocultura, a fruticultura, leite e derivados e a agroindústria. No comércio, o varejo de alimentos e de moda, materiais de construção e a revitalização de espaços comerciais. No setor de serviços, os destaques ficam para os voltados para a saúde, automotivos, beleza e estética, e startups. Já na indústria, são estratégicos a panificação, a construção civil, metal mecânica, confecção e moda, químicos e plásticos, e energia, incluindo eólica e o petróleo. A instituição também destaca, na economia criativa, o turismo, o artesanato e o audiovisual.
Cidades e atividades que mais atraem os empreendedores
Durante a coletiva, também foram reveladas as cidades baianas que têm os maiores números de pequenos negócios. A capital baiana lidera a lista, seguida por Feira de Santana, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas e Camaçari. Se considerado o universo de microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas (MPE), completam o ranking de dez cidades os municípios de Itabuna, Ilhéus, Juazeiro, Porto Seguro e Teixeira de Freitas.


Entre os setores, o comércio é o preferido dos empreendedores baianos. De acordo com dados da Receita Federal, o setor abraça 59,3% dos pequenos negócios no estado, enquanto no Brasil o percentual é de 50%. Em seguida, os baianos se concentram nos setores de serviços (28,1%), indústria (8,1%) e construção civil (4,6%).


Entre os microempreendedores individuais (MEI), o comércio também é a atividade mais procurada, sendo a venda de artigos de vestuário e acessórios responsável por 10,4% dos MEI formalizados na Bahia. Em seguida, despontam os cuidados com a beleza, com serviços de cabeleireiros, manicure e pedicure acumulando 6,9% desses empreendedores. Na sequência, vêm serviços ambulantes de alimentação (4,1%), fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar (4%) e obras de alvenaria (2,7%).


Parcerias com prefeituras buscam viabilizar o sonho do empreendedorismo
Se ter o próprio negócio figura como o terceiro maior sonho dos brasileiros, ficando atrás apenas de comprar a casa própria e viajar pelo Brasil, entre os nordestinos o impulso empreendedor tem mais força: na região, o sonho do próprio negócio ocupa o segundo lugar, ultrapassando os planos de turismo. 


Diante desse cenário, o superintendente Adhvan Furtado ressaltou a importância do engajamento das prefeituras baianas com a causa dos pequenos negócios. “Precisamos melhorar o ambiente de negócios, porque, por mais preparada que esteja uma empresa, se você não tem uma política pública que a favorece, ela pode quebrar”, afirmou. Para fortalecer esta parceria, a instituição tem o Programa Município Empreendedor Bahia, que, no dia 11 de novembro, formalizou com a Prefeitura de Salvador um protocolo de intenções para desenvolver ações que estimulem o potencial empreendedor da capital.
“Estamos fazendo uma série de parcerias com as prefeituras para capacitar agentes de desenvolvimento, e também damos a eles acesso ao sistema do Sebrae, para que eles possam, por exemplo, agendar cursos de capacitação para os microempreendedores individuais atendidos nas Salas do Empreendedor”, disse Adhvan, sobre o processo de capacitação que já preparou 24 agentes de desenvolvimento para atuação na capital baiana.


Crescimento dos pequenos negócios no estado


O aumento do empreendedorismo na Bahia se dá pelo desenvolvimento da classe média e maior consumo das classes D e E, além da elevação da escolaridade, já que mais de 90% dos empreendedores que possuem nível superior completo ou estão cursando, iniciam um negócio por oportunidade. E há ainda outro motivo relevante: a agilidade para concretizar a legalização.


Em 2009, havia 2.453 microempreendedores individuais (MEI) na Bahia. Esse número deu um salto para 349.872, em 2015. No mesmo intervalo de tempo, a quantidade de micro e pequenas empresas (MPE) passou de 168.956 para 282.911. A maioria delas está situada em Salvador, com 171.814, seguido de Feira de Santana, com 39.932, e Vitória da Conquista, com 19.607. O setor de comércio representa 59% do total de pequenos negócios na Bahia.