TEIXEIRA RECEBEU PROPINAS PARA ESCALAR A SELEÇÃO POR DEZ ANOS

Ricardo Teixeira jamais aparecia no hotel da concentração da seleção, sob o pretexto que não queria interferir no trabalho do treinador. Mas recebia milhões de dólares em propinas para garantir uma determinada escalação do time. A investigação do Departamento de Justiça dos EUA revelou que, entre 2001 e 2011, o dirigente recebia subornos do empresário José Hawilla para colocar em campo na Copa América os “melhores” jogadores brasileiros. Em maio deste ano, a reportagem da Agência Estado revelou com exclusividade contratos da CBF que apontavam na mesma direção, com parceiros comerciais que determinavam escalações e exigiam que os reservas que eventualmente fossem chamados ao time tivessem o “mesmo valor de marketing” do titular. Na época, a CBF desmentiu a reportagem e a comissão técnica insistiu que nunca tinha ouvido falar no esquema. Agora, no indiciamento da Justiça, a prática é detalhada para a Copa América. O evento era de propriedade da Traffic, do empresário brasileiro José Hawilla. Segundo o documento, ele “concordou em fazer pagamentos para a CBF para garantir que a entidade colocasse os melhores jogadores nas edições da Copa América disputadas entre 2001 e 2011″.