WALL STREET VÊ ESCOLHA NO MINISTÉRIO DA FAZENDA COMO 'DECEPÇÃO'



A escolha do ministro, Nelson Barbosa, para assumir o lugar de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda foi inicialmente recebida com reservas e decepção por economistas nos Estados Unidos. Um dos temores é que haja um relaxamento na política fiscal, o que desagradaria ainda mais as agências de classificação de risco e os investidores estrangeiros. Os economistas da consultoria de risco político Eurasia, com sede em Washington, Christopher Garman e João Augusto de Castro Neves, já esperavam que a substituição de Levy seria feita por uma solução interna e avaliam que nomes como o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ou o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, seriam vistos pelo mercado financeiro como mais comprometidos com o ajuste fiscal do que Barbosa. Em Wall Street, um dos indicativos de que a escolha de Barbosa não agradou os investidores é a queda dos papéis ligados ao Brasil, como o maior fundo de índice de ativos do país, o iShares MSCI Brazil, conhecido pela sigla EWZ e com patrimônio de US$ 1,8 bilhão, recuava 4% no início da noite desta sexta-feira. Outro fundo, com menor patrimônio, de US$ 42 milhões, o Direxion Daily Brazil Bull Shares tinha perda de 12%.