CUNHA PEDE QUE STF ADIE JULGAMENTO DE DENÚNCIA DA LAVA JATO CONTRA ELE
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enviou nesta segunda-feira, 29, ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma petição para que a Corte adie o julgamento da denúncia contra ele no âmbito da Operação Lava Jato, marcado para a quarta-feira, 2. A defesa de Cunha pede ao ministro relator do processo, Teori Zavascki, a reabertura do prazo para oferecer resposta sobre a denúncia apresentada em agosto do ano passado ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Rodrigo Janot, acusa Cunha de receber US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobrás. Caso o Supremo acate a denúncia, o presidente da Câmara passará de investigado a réu. De acordo com os advogados de Cunha, há dois agravos regimentais ainda não analisados por Teori e que podem influenciar a formulação da defesa. “O julgamento desses agravos regimentais deve anteceder não só à análise do recebimento ou rejeição da denúncia, mas devem ocorrer em sessão própria”, argumentam os advogados. A ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ) foi denunciada junto com Cunha por suposta participação na pressão pelo pagamento de valores irregulares. Depois do oferecimento da denúncia, a PGR ofereceu um aditamento com depoimentos do delator Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. No pedido da defesa do presidente da Câmara consta o argumento de que, caso Teori leve os agravos para julgamento no mesmo dia da análise sobre a denúncia, o processo penal poderá ter a tramitação tumultuada “diante da grande quantidade de questões fáticas e jurídicas em debate no caso concreto”.