PF DIZ QUE 'ACARAJÉ' ERA SENHA PARA VALORES ILÍCITOS



Relatório da Polícia Federal indica que executivos ligados à empreiteira Odebrecht usavam em suas correspondências a palavra ‘acarajé’ como senha para entrega de valores supostamente ilícitos. O resgate de e-mails trocados entre alvos da 23.ª etapa da Operação Lava Jato, deflagrada na última segunda-feira, 22, mostra que esse tipo de expediente foi usado para blindar transações.A alusão ao famoso quitute baiano encontrada nos registros de conversas, deu nome à operação, chamada de Acarajé, que culminou com a prisão do publicitário João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura, marqueteiros das campanhas presidenciais de Lula (2006), Dilma (2010 e 2014). Santana e Mônica, que estavam a trabalho na República Dominicana, se entregaram à PF na terça-feira, 23, quando voltaram ao Brasil.Segundo o relatório, quem providenciava os ‘acarajés’ era a secretária da Odebrecht Maria Lúcia Guimarães Tavares que, aponta a PF, operava contabilidade paralela da empreiteira.”Tio Bel, você consegue me fazer chegar mais 50 acarajés na 4.ª feira à tarde (por volta das 15hs) no escritório da OOG, no Rio? Estou no México, mas chego de volta na 4.ª de manhã”, solicitou Roberto Prisco Paraíso Ramos a Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho em mensagem do dia 27 de janeiro de 2014, às 14h33.