PROFISSIONAIS DEIXAM TRABALHO E MUDAM DE VIDA COM NEGÓCIO PRÓPRIO


O desejo de independência no trabalho fez o casal Rebeca Cavalcante, de 33 anos, e Murilo Mascarenhas, de 34, deixar suas profissões e seguir pelo ramo da fotografia. Ela se formou há nove anos em produção cultural e já foi coordenadora de cultura do Centro Cultural Amélio Amorim, o principal de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador. Antes de deixar a profissão, ela ainda atuou como produtora cultural no Serviço Social do Comércio (Sesc), também em Feira de Santana, mas pediu demissão em 2015.

Já o marido era corretor de imóveis e revela que com a profissão anterior conseguia ter mais retorno financeiro do que como fotógrafo, mas hoje destaca que tem mais qualidade de vida. Assim como o casal, 10,8% por cento dos nordestinos enveredam por esse caminho, segundo dados do Sebrae.

Esse tipo de negócio é administrado pelo "Empreendedor por Oportunidade", que conforme o Sebrae é aquele que opta por iniciar um novo negócio, mesmo quando possui alternativas de emprego. Esse tipo de empreendedor investe em um negócio para aumentar a própria renda ou pelo desejo de independência no trabalho, como foi o caso de Rebeca e Murilo.

"Chega uma hora que você analisa e tem que ver o que é melhor. Como Murilo já estava trabalhando nessa área de fotografia, no momento certo eu pedi demissão. Você foca na sua empresa, nas suas coisas. O resultado é meu e a meta é minha. Foi uma decisão principalmente por uma satisfação profissional", contou Rebeca.

Murilo conta que a nova profissão, mesmo não sendo mais rentável do que a de corretor, proporciona mais tempo para que ele e a esposa possam fazer as coisas que gostam. Ele ainda conta que já gostava de fotografia. "Era um hobby, uma válvula de escape para relaxar", disse.

Tudo começou quando ainda ele ainda era corretor, ao receber um convite para fotografar o casamento de um amigo. Depois disso, outras oportunidades surgiram e há três anos Murilo considera que mudou totalmente de vida ao se tornar fotográfo profissional.

"Hoje tenho mais tempo para me dedicar a outras atividades. A gente decidiu ter uma remuneração menor, mas uma qualidade de vida melhor. É mais prazeroso atender pessoas, conhecer histórias, saber que cada um tem um jeito diferente. Isso faz parte de histórias que me motivam mais a trabalhar com fotografia", contou.

Rebeca revela ainda que não gostava de fotografia e a nova profissão foi incentivada pelo marido. "Eu não gostava de fotografia na faculdade. Ele quem me ensinou. Aprendi técnicas com ele e fizemos cursos", contou.