Coronavírus: médico Ignaz Semmelweis ganha Doodle do Google que ensina a lavar as mãos

Ignaz Semmelweis lavando as mãos com água com cloro antes de uma operação.



O Dr. Ignaz Semmelweis nasceu em Buda, hoje Budapeste, na Hungria, em 1º de julho de 1818. Ele obteve um doutorado na Universidade de Viena e mestrado em obstetrícia. Quando foi nomeado residente-chefe na clínica de maternidade do Hospital Geral de Viena, em 20 de março de 1847, uma infecção misteriosa aumentava as taxas de mortalidade de novas mães nas maternidades em toda a Europa.



O húngaro iniciou umanvestigação do problema e deduziu que os médicos estavam transmitindo material infeccioso de cirurgias anteriores e autópsias a mães suscetíveis por meio das mãos. Ele, então, passou a exigir de toda a equipe médica a lavagem das mãos entre os exames dos pacientes, o que fez despencar os índices de infecção.

Semmelweis foi a primeira pessoa a descobrir os benefícios da lavagem das mãos como medida preventiva para não espalhar doenças.


      

Ignaz Semmelweis, o médico internado em manicômio por insistir na importância de se lavarem as mãos


Em 1825, os parentes de um paciente que estava se recuperando de uma fratura no Hospital St. George, em Londres, viram o familiar deitado em lençóis molhados e sujos, cheios de fungos e vermes.
Segundo o relato, nem o homem aflito, nem os outros com quem dividia o espaço, se queixaram das condições do local, comuns aos hospitais da época.
Este médico húngaro tentou implementar um sistema de lavagem das mãos em hospitais de Viena na década de 1840 para reduzir as taxas de mortalidade nas maternidades.
Foi uma tentativa digna, mas fracassada. Semmelweis acabou sendo demonizado por seus colegas.
Depois, no entanto, ele ficou conhecido como o "Salvador das Mães".
Uma leve ferida mortal
Naquela época, cortar cadáveres envolvia riscos físicos, muitos deles fatais.
Qualquer ferida ou fissura na pele causada pela faca de dissecção, por menor que fosse, era um perigo sempre presente, mesmo para pessoas mais experientes – como aconteceu com o tio de Charles Darwin (que tinha o mesmo nome do sobrinho), morto em 1778 após sofrer uma lesão ao dissecar uma criança.
Enquanto seu colega estava morrendo, Semmelweis observou que seus sintomas eram muito semelhantes aos das mulheres com febre puerperal.
Será que os médicos que trabalham na sala de autópsia levavam "partículas cadavéricas" para as salas de parto?
Afinal, Semmelweis observou que muitos dos jovens saíram diretamente de uma autópsia para cuidar de mulheres grávidas.
Como luvas ou outras formas de equipamento de proteção não eram usadas na sala de necrópsia, não era incomum ver estudantes de medicina com pedaços de carne, tripas ou cérebros presos às roupas após o término das aulas.
Então, percebeu Semmelweis, que a grande diferença entre a sala dos médicos e a das parteiras era que os médicos realizavam autópsias, e as parteiras, não.
Seria essa a chave do mistério que explicava a diferença na taxa de mortalidade?
Os médicos, como podem ser vistos neste desenho de Jacques-Pierre Maygrier, de 1840, usavam as mãos ao fazer os partos, mas geralmente não eram tão limpas quanto nesta ilustração.




BBC BRASIL