Em processo eleitoral da nova diretoria para o biênio 2024-2026, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (CBH Grande) elegeu a chapa única composta por Lia Fernanda Pellenz Dognani, presidente; Demósthenes da Silva Nunes Júnior, vice-presidente; Enéas Denieste de Oliveira Porto, 1⁰ secretário; e Luciana Kiriri, 2ª secretária. A votação foi realizada na XLV Reunião Plenária Extraordinária da última sexta-feira, 16, no auditório do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em Barreiras.
Após o resultado da eleição, a presidente Lia Fernanda Pellenz Dognani, que representa a Dhone Dognani e se enquadra como usuária de água, agradeceu o apoio e destacou o propósito de dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos no CBH Grande.
"Nós buscamos trabalhar com o nosso grupo em uma diversidade, integrando todos os membros e escutando todos aqueles que já estão. O Comitê do Grande é um grupo muito sólido e que tem uma característica de dar voz a todos os membros", afirma.
À frente do seu primeiro mandato, a presidente ainda falou da atuação do comitê na gestão sustentável dos recursos hídricos. "Estar sempre atento ao manejo e bom uso da água com todos aqueles que o cercam, tentando dirimir ao máximo todos os conflitos que podem podem ser inerentes a isso", reitera.
O vice-presidente Demósthenes da Silva Nunes Júnior, que representa o poder público pela Prefeitura Municipal de Barreiras, também ressaltou o potencial do CBH Grande em agregar diversos segmentos na chapa e pautas relevantes, como a participação dos povos indígenas que vivem na região.
"É a primeira vez que temos uma representante de povos indígenas na diretoria do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Então, a proposta dessa nova diretoria é a continuidade dos avanços na implementação dos instrumentos de gestão das águas", pontua.
Com atuação nas duas gestões anteriores, ele ainda comentou os avanços e objetivos alcançados na diretoria do comitê nos últimos anos.
"Avançamos muito na implementação dos instrumentos, em destaque a elaboração do plano de recursos hídricos, que é o nosso plano de bacia, na parte de resolução de conflitos pelo uso da água. Também avançamos as parcerias com as instituições para o desenvolvimento de projetos de recuperação hidroambiental da bacia", diz.
O 1º secretário Enéas Denieste de Oliveira Porto, da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), corroborou o objetivo comum da chapa em aprimorar os trabalhos já realizados e o foco em novas conquistas.
"A proposta é dar continuidade aos trabalhos e aprimorar alguns itens, como por exemplo a implementação da cobrança e outras iniciativas que poderão nos dar, colocar o Rio Grande no patamar de fato de debate e de gestão de recursos hídricos", acrescenta.
Já a 2ª secretária Luciana Kiriri, da Aldeia Kiriri de Barreiras (APPRIKB), é a primeira representante indígena a integrar a diretoria do CBH Grande. Anteriormente, Luciana atuou como conselheira do comitê e participava ativamente das discussões em prol do respeito e escuta das demandas dos povos originários na região.
Para ela, a participação dos povos indígenas no CBH Grande é crucial para a preservação e boa gestão dos recursos hídricos. A 2ª secretária ainda enfatizou a importância da representatividade e ocupação desse espaço para toda comunidade.
“Me sinto contemplada pelo esforço do comitê e o reconhecimento do trabalho feito durante esses anos, de ter recebido o convite para fazer parte dessa chapa, para assumir a posição de segunda-secretária. E, pela primeira vez, a gente conseguiu ocupar mais um espaço”, reforça.
O Comitê das Bacias do Rio Grande tem caráter consultivo, normativo e deliberativo, vinculado ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH). Assim como nos demais 13 Comitês de Bacias Hidrográficas da Bahia (CBHs), o órgão é composto por segmentos do Poder Público, Organizações da Sociedade Civil e Usuários de Recursos Hídricos.