
Riachão das Neves, no oeste da Bahia, foi o grande destaque no encerramento da Cacauicultura 4.0, um dos mais relevantes eventos do setor no país. Neste sábado (12), a Fazenda Santa Helena sediou um grandioso Dia de Campo, reunindo empresários do agronegócio e representantes da indústria nacional e internacional do cacau. O município, que abriga um dos maiores polos de sementes de cacau do planeta, mostrou ao mundo seu potencial e vocação para liderar uma nova era no cultivo e na industrialização do cacau.
Com investimentos de US$ 300 milhões, a Fazenda Santa Helena está se consolidando como a maior plantação de cacau do mundo, situada exatamente em Riachão das Neves. O projeto, que promete revolucionar o setor, representa um passo decisivo para reposicionar o Brasil como uma potência global da cacauicultura.
O Dia de Campo teve como objetivo promover a troca de experiências entre produtores, especialistas e investidores, além de apresentar as mais recentes tecnologias em cultivo, manejo e processamento do cacau. Stands foram montados no campo para demonstração de máquinas, exposição de equipamentos de ponta e realização de rodadas de conversa e negócios.
Durante o evento, o prefeito Moab Santana celebrou o momento histórico que vive o município:
“Esse evento foi um grande presente para Riachão das Neves, que neste mês completa 63 anos de emancipação política. Tenho certeza de que essas ações, que estão trazendo desenvolvimento ao nosso município, vão trazer também progresso. Com o apoio que antes não existia por parte do poder público local, agora existe. Pode vir investir em Riachão, porque vocês não vão se decepcionar. Um forte abraço e conto com a sua presença para desenvolver o Oeste da Bahia, especialmente o nosso município.”
A secretária de Agricultura, Desenvolvimento Rural, Abastecimento e Pesca, Sara Santiago, destacou o impacto positivo da iniciativa para os produtores e trabalhadores locais:
“É de grande valia esse ambiente pro nosso município, especialmente pra fazer contatos e network. Nossa população precisa de empregos, nossa mão de obra é excelente, e nosso município é rural. Então, integrar os nossos produtores a essa cadeia de oportunidades que o evento nos proporciona é fundamental.”
O segundo dia da Cacauicultura 4.0, promovido em Barreiras, também atraiu a atenção de produtores e especialistas do Brasil e de outros países. A programação foi marcada por palestras técnicas, debates e painéis, com foco na construção de uma cacauicultura mais moderna, produtiva e sustentável. Foram abordados temas como cultivo regenerativo, manejo integrado de pragas, inovações tecnológicas e as novas exigências do mercado internacional.
Para Paulo Marrocos, coordenador geral de Pesquisa e Inovação da Ceplac, o fortalecimento da cadeia produtiva passa, necessariamente, pelo investimento em ciência:
“A pesquisa é essencial para o fortalecimento estratégico da produção de cacau. O mundo vê o Brasil como um sistema robusto, e isso reforça a necessidade de firmar parcerias sólidas com universidades. Elas ampliam as possibilidades de inovação e consolidação da cadeia.”
Além das discussões, os painéis ampliaram a visão dos produtores sobre produtividade e exigências do mercado. O investidor Tal Bar Dor, da Peirot Agrobusiness, destacou o potencial brasileiro:
“É essencial promover a atualização dos produtores sobre as melhores práticas e tecnologias. O cacau brasileiro tem potencial para competir globalmente, e eventos como este são fundamentais para alcançarmos esse nível.”
A estrutura montada nos dois dias de evento, entre Barreiras e Riachão das Neves, atraiu empresas de irrigação, tecnologia agrícola, engenharia, fertilizantes, além de marcas de produtos derivados do cacau. Para muitos, como o consultor agronômico Igor Lapa, da Netafim, o evento representa o início de uma nova fase:
“Esta é nossa primeira participação na Cacauicultura 4.0, e pretendemos manter essa parceria. Eventos como este são estratégicos para desenvolvermos projetos de irrigação mais eficientes voltados à cultura do cacau.”
Com o sucesso do Dia de Campo, Riachão das Neves se consolida como epicentro de um novo ciclo produtivo no agronegócio brasileiro — um ciclo marcado por inovação, sustentabilidade e geração de oportunidades para quem vive e trabalha no campo.