Um projeto pioneiro em Barreiras está transformando a maneira como a comunidade escolar se comunica. No Colégio Municipal Padre Vieira, porteiros, merendeiras, professores, assistentes administrativos e coordenadores estão lado a lado para aprender Libras – a Língua Brasileira de Sinais. A primeira aula do projeto Conecta Libras aconteceu nessa terça-feira (2), na Sala de Recursos Multifuncionais da unidade.
A iniciativa é promovida pela Secretaria Municipal de Educação, por meio do Centro de Estudo, Formação e Atendimento Educacional Especializado (CEFAEE) e coordenação da Sala de Recursos Multifuncionais do Colégio Padre Vieira e surgiu a partir da própria necessidade da escola. Atualmente, seis alunos com surdez estudam na unidade, e a comunicação com eles se tornou um desafio diário. O objetivo é que todos os profissionais possam se comunicar e interagir com os estudantes.
À frente do projeto está o professor Isaac Alves dos Santos, que já atua com atendimento educacional especializado. Ele escreveu a proposta e viu a adesão superar todas as expectativas. Inicialmente, eram aguardados 20 participantes, mas o interesse cresceu rapidamente e hoje já são 60 funcionários inscritos, englobando desde a equipe da cozinha até a direção.
“O projeto foi acontecendo de forma orgânica, respeitando o curso natural da escola. A curiosidade já estava despertada. Eles almoçam juntos, convivem, então foram se organizando para que todos tivessem oportunidade de aprender Libras. Quando pensamos em inclusão, pensamos num movimento coletivo e para isso, precisávamos que todos os setores da instituição participassem dessa formação: desde as famílias desses alunos, pessoal da portaria, da merenda até professores e gestores”, destacou.
As aulas são de nível básico e acontecem duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, sempre após o término das atividades do turno integral. A programação segue até o mês de outubro. Conforme a coordenadora do CEFAEE, o Conecta Libras é o início de um plano maior: transformar Colégio Padre Vieira em referência regional em educação inclusiva na perspectiva bilíngue – português e Libras.
“A meta é concentrar o atendimento aos estudantes com surdez da cidade na unidade, criando uma estrutura completa, com salas específicas e intérpretes”, explicou a subdiretora de Acessibilidade e Inclusão da Secretaria de Educação, Eliene Fernandes.